28 de junho de 2008

Estrutura e Objetivos de uma Versão Alternativa do PET

 

 

O material apresentado neste post refere-se à estrutura e aos objetivos de uma versão alternativa do Programa de Educação para o Trabalho (PET), do Senac/SP. O programa é destinado a jovens em situação de busca do primeiro emprego. A versão alternativa foi criada pela Germinal e não chegou a ser publicada e implementada na forma aqui apresentada. O excerto deve ser encarado como uma amostra do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal Consultoria.

 

Organização curricular

Henrique Matos, 1998, Pássaro, Óleo sobre tela, 92 x 73 cm
Henrique Matos, 1998, Pássaro, Óleo sobre tela, 92 x 73 cm

A versão alternativa é composta por um Núcleo Central, destinado ao desenvolvimento das competências mais gerais para o trabalho, e por Estações de Trabalho destinadas ao tratamento de áreas específicas do Setor de Comércio e Serviços. São elas:

 

1. Estação de Trabalho de Administração e Organização – as várias possibilidades de organização do trabalho coletivo. O trabalho em equipe e a humanização do trabalho.

 

2. Estação de Trabalho de Informática – ferramenta essencial de conquista e democratização da informação, de comunicação, de desenvolvimento e de trabalho.

 

3. Estação de Trabalho de Saúde – direito e dever individual e coletivo. Saúde como resultado da qualidade de vida.

 

4. Estação de Trabalho de Organização e Estética dos Ambientes – as relações entre os espaços, a qualidade de vida e a convivência.

 

5. Estação de Trabalho de Apresentação Pessoal, Moda e Beleza – a estética do trabalho, o estilo pessoal e a estética de si mesmo.

 

6. Estação de Trabalho de Higiene e Organização dos Serviços de Alimentação – a alimentação saudável (educação alimentar) e a higiene e organização dos serviços.

 

7. Estação de Trabalho de Recepção e Atendimento a Clientes – ética e estética das relações comerciais e da prestação de serviços.

 

8. Estação de trabalho de Turismo e Hotelaria – a dimensão da recepção e do lazer, incluindo uma excursão pelos mundos das Artes, dos Esportes e da Cultura.

 

Objetivos

 

entremeado, ocasodoacaso - horizonte
entremeado, ocasodoacaso – horizonte

“isso de querer

 ser exatamente

aquilo que a gente é

ainda vai nos levar além”  

 

 

 

 

(Paulo Liminski)

 

Um projeto educativo nunca é fechado em si mesmo. Em ato, é um acontecimento no movimento vital dos seus participantes. Sendo assim, deveria aproveitar do já vivido toda a experiência que possa ser articulada na direção para a qual aponta. Ao mesmo tempo, procurar fecundar toda a trajetória futura.

No projeto, os objetivos gerais delimitam a natureza desejada do acontecimento. Não delimitam necessariamente um alvo preciso e definitivo, mas a clareira de inflexão da trajetória onde ela é revista e alterada. Assim, os objetivos gerais do Programa anunciam uma intencionalidade que ao mesmo tempo o delimita e, no passado e no futuro, o transcende. Assim, a partir de um momento, procura-se iluminar todo o horizonte da caminhada. Os objetivos gerais, vistos como os resultados mais amplos desejados, não podem ser restritos ao que é possível obter-se de imediato.

Essas considerações são feitas em procura de uma dupla justificativa. De um lado, busca-se amparar a ambição na formulação dos objetivos. O que é almejado não resulta só agora. Os resultados podem ser colhidos no decorrer da vida. De outro, justifica-se a inclusão dos docentes também como educandos no escopo do Programa. O acontecimento delimitado pelos objetivos pode e deve ser produzido e usufruído em parceria.

Feita a ressalva, o Programa Educação para o Trabalho objetiva possibilitar aos participantes, jovens e docentes, oportunidade diversificada e multifacetada de desenvolvimento, envolvendo:

1. o impulso a um permanente questionamento sobre si mesmo, seus relacionamentos e suas circunstâncias, especialmente as do universo do trabalho, que resulte em uma visão cada vez mais ampla, flexível, crítica e criativa, que possa ser focada na perspectiva de uma construção estética de si mesmo (ver o capítulo 10 – Estética de Si, in: GALLO, S. Ética e Cidadania, Caminhos da Filosofia. Campinas SP, Papirus, 1997)     e de participação na construção do mundo em que habita;  

2. a concretização da perspectiva  de construção estética de si mesmo na formulação e operação de um plano de desenvolvimento pessoal e profissional, que considere a inserção e permanência em uma atividade produtiva e que esteja em constante revisão, ampliação e aprofundamento;

3. a manutenção, no cotidiano, de um comportamento solidário e do exercício da cidadania, em função da apropriação de valores referentes à humanização da vida, do trabalho e das relações entre as pessoas, ao equilíbrio ecológico, ao repúdio a toda a sorte de violência, à justiça social, ao respeito aos direitos humanos e à eqüidade;

4. a tradução das aspirações de ampliação e generalização da postura solidária e de exercício pleno da cidadania em compromisso, capacidade e oportunidade de efetiva participação em projetos de melhoria da qualidade de vida e de convivência;

5. o aprimoramento do domínio de competências humanas básicas, tais como: organização pessoal e do ambiente, comunicação oral e escrita, leitura e interpretação de textos, operação de cálculos básicos, respeito mútuo, responsabilidade,  integridade, compromisso, assertividade, iniciativa, criatividade e auto diretividade, a partir de uma ação contínua e transversal, em complemento ao currículo da escola regular;

6. o apropriar-se de competências básicas para o trabalho, compatíveis com as novas exigências tecnológicas, organizacionais, culturais, éticas e estéticas do trabalho,  especialmente as requeridas para a inserção e permanência em atividades produtivas do setor de comércio e serviços;

7. o domínio de instrumentos que possibilitem a formulação e a operação criativa de planos de autodesenvolvimento e de projetos coletivos de melhoria da qualidade de vida, em especial nos ambientes de trabalho.

 

Resultados 

Como resultado mais imediato e concreto, objetiva-se a ampliação das chances dos jovens participantes – prioritariamente das camadas populacionais de baixa renda – de engajamento em atividades produtivas, nas quais as exigências de desempenho se distanciam do padrão de oportunidades de desenvolvimento que lhes são acessíveis ou oferecidas.

Desdobramentos deste Programa – envolvendo serviços específicos de agenciamento do processo de colocação profissional, assessoria à implantação de pequenos empreendimentos e de concessão de bolsas para a continuidade de estudos – contribuirão para uma mais efetiva e ampla conquista dessa meta mais imediata.

Para os educadores envolvidos, o resultado imediato será o aprimoramento da competência para o trabalho docente. Competência sustentada, pelo menos em parte, nas competências humanas fixadas nos objetivos mais gerais. Desenvolvimento propiciado pelo engajamento e efetiva participação na formulação e operação de uma proposta educativa renovadora.  

 

Outras Amostras de Trabalho do PET

O material disponível  refere-se a excertos da versão alternativa do Programa de Educação para o Trabalho (PET), elaborada pela Germinal, que não chegou a ser implementada na forma aqui apresentada. Os excertos devem ser encarados como amostras do trabalho que pode ser desenvolvido pela Germinal. A versão alternativa é composta por um Núcleo Central e por Estações de Trabalho destinadas ao tratamento de áreas específicas do Setor de Comércio e Serviços. Foram postadas as seguintes outras amostras:

  • Amostra II: Exemplo de uma Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Organização e Administração)
  • Amostra  III: Exemplo de mais uma Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Organização e Estética de Ambientes
  • Amostra IV: Exemplo de outra Sessão de Aprendizagem (extraído do Manual da Estação de Trabalho de Saúde)  
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