2 de outubro de 2008

Sonhos de empreendedorismo 1 – “All of us”

 

Jolly Kunjappu, Dancing God, red - Munich, Germany, 1990 - Mixed technique on paper, 50 x 70 cm

Jolly Kunjappu, Dancing God, red - Munich, Germany, 1990 - Mixed technique on paper, 50 x 70 cm

All of us. Esse foi o primeiro nome que pensei para um local fantástico, onde alguém como eu possa chegar, só ou acompanhada, e satisfazer o simples desejo de dançar da forma como bem entender, ao som de boa música, incluindo hits do momento (!!!). Por que em inglês, heim?! Foi o nome que veio no conjunto do que imaginei e por motivos óbvios. Vou contar a história completa de como cheguei ao All of us.

 

Estava eu numa das aulas de exercícios abdominais que procuro fazer três vezes por semana, quando fui mental e corporalmente tomada por uma das músicas selecionadas pela professora para entusiasmar a turma. Comecei a imaginar uma coreografia com aquele ritmo bem marcado. Imaginei-me dançando… sensação boa, mas onde? Onde?

 

A música jovem transportou-me a uma balada. O quê?? Comecei a sentir-me ridícula numa balada. Expressões de censura vieram à tona: “Acho que me empolguei”, ha, ha, ha. Pessoas com idade superior, digamos, aos 25, ou 35, ou 45, ou 55, ou etc… destoam numa balada. Pelo menos, essa é minha impressão. É verdade que já vi reportagens com jovens mães caracterizadas que acompanham seus jovens filhos em baladas. Tá, mas não se tratava de fazer parte, heroicamente, de uma minoria estatística. Tratava-se apenas de conseguir chegar a um lugar onde pudesse experimentar na prática a minha coreografia, ser levada por um ritmo, sem ser chamada para entrevista ou, quem sabe, ser fotografada como exemplo de superação e, fundamentalmente, sem me sentir um peixe fora d’água.

 

Ah, sou tímida por natureza, adoro o anonimato. Poderia pensar em outros lugares finos e agradáveis, dirigidos aos maduros românticos, e geralmente abonados, onde se pudesse saborear e bebericar algo à luz de velas e, por que não, dançar num dia especial que ficará para sempre em suas memórias. Há também as opções populares, em muitas graduações, da terceira, ops, melhor idade. Mas decisivamente nenhuma dessas alternativas se prestaria à satisfação da minha fantasia. Foi assim que… tcham, tcham, tcham, tcham… Criei um empreendimento.

 

Devo confessar que foi mais um empreendimento, a novidade mesmo foi a idéia de escrever sobre ele, pois tenho essa tendência de imaginar empreendimentos a propósito de qualquer coisa. Neste caso, o empreendimento seria uma casa noturna, All of us. O próprio nome já comunica: sem restrições. O dia foi difícil, cheio demais, gostaria de esquecer tudo e reenergizar-se numa pista de dança? No All of us qualquer pessoa poderia chegar para dançar, sem receio. O desafio do negócio seria exatamente esse. Criar um ambiente que conseguisse atrair e abrigar diferentes tipos de pessoas e tribos, que procuram apenas boa música para dançar, e simplesmente dançar. Essa seria a atração do lugar. As pessoas não ficariam muito tempo paradas ou sentadas porque a clientela entraria lá para dançar mesmo.

 

O “como seria” já é outro desdobramento. Um único salão? Muitos? Músicos? DJs? Clientes-instrutores de dança que se inscrevem para ensinar quem se inscrever para aprender? Máquinas de dançar diferentes gêneros? Sei lá, não entendo nada desse tipo de empreendimento. Só entendo de eventual vontade secreta de dançar. Pensando bem, embora pouco original, o nome poderia ser simplesmente Dance.

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