28 de julho de 2009

O trabalho doméstico profissional

“A casa de infância de Henri Bachelin é a mais simples de todas. É a casa rústica de um povoado de Morvan. No entanto, com suas dependências campesinas e graças ao trabalho e à economia do pai, é uma casa onde a vida da família encontrou a segurança e a ventura. No quarto iluminado pela lâmpada junto à qual o pai, agricultor e sacristão, lê de noite a vida dos santos, o menino vivencia seu devaneio de primitividade, um devaneio que lhe acentua a solidão até o ponto de imaginar que mora numa cabana perdida na floresta. Para um fenomenólogo que procura as raízes da função de habitar, a página de Henri Bachelin é um documento de grande pureza. Eis a passagem essencial (p. 97): “Eram horas em que com força, juro, eu nos sentia como eliminados da cidadezinha, da França e do mundo. Eu sentia prazer – e guardava para mim as minhas sensações – em imaginar-nos vivendo no meio dos bosques, numa bem aquecida cabana de carvoeiros: gostaria de ouvir os lobos aguçarem as garras no granito indestrutível da soleira de nossa porta. Nossa casa servia-me de cabana. Via-me ao abrigo da fome e do frio. Se eu tremia, era só de bem estar” (Gaston Bachelard).

 

O texto a seguir é a descrição de uma sessão de aprendizagem do Programa de Capacitação de Empregados Domésticos, desenvolvido pela Germinal para o SENAC de São Paulo. Para mais informações sobre o Programa, clique aqui.

 

 

 

            Sessão 2

 

                                                                            O Trabalho Doméstico Profissional

 

 

 

 

Objetivos: Analisar os universos residencial e profissional e reconhecer as diferenças sobre a sua aparente similaridade. Reconhecer seus “hábitos de morar” e contrapô-los com os do ambiente de trabalho. Valorizar a sua forma de viver e conviver, sem desconsiderar a necessária adaptação às demandas de ambientes profissionais distintos. Desenvolver a competência de ouvir.

  

Atividade 3: minha casa, meu trabalho?

Descrição: o coordenador retoma as anotações feitas em flip-chart na Atividade 2 sobre “suas casas da memória”. A seguir orienta um pequeno relaxamento que facilite a audição de uma fita contendo sons da natureza. Seguem-se comentários gerais sobre as sensações e a experiência desse ouvir.

  

 

Terminado o aquecimento inespecífico, os participantes se dividem em quatro grupos. O coordenador informa que cada grupo será responsável por trabalhar com um dos segmentos de filmes que irá exibir . Os segmentos retratam casas e formas de morar, são eles:

 

· Grupo 1: A Dama e o Vagabundo, desenho animado de Disney, segmento inicial.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=ThZA14mEptY]

 

· Grupo 2: Vestígios do Dia, segmento em que pai e filho (mordomos) servem o jantar.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=CAdWFWY9Bqc]

 

· Grupo 3: Cinderela, desenho animado de Disney, segmento inicial em que Cinderela serve o café da manhã.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=NRTthR1LYHE]

 

· Grupo 4: A Casa dos Espíritos, segmento inicial até a cena em que Clara movimenta o vaso com o pensamento.

  [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=qXvSN-Fly98]

 

Cada grupo deverá preparar uma pequena representação, sem fala, em dois atos. O primeiro ato terá por título: cuidar e morar em minha casa. O segundo ato: cuidar e morar (enquanto empregado doméstico) da casa retratada no filme.

  

Terminada a preparação, os grupos apresentam seus pequenos espetáculos teatrais. Após as apresentações, o coordenador estimula, coordena e articula a análise das cenas em torno das seguintes questões:

 

1. Quais os sentimentos suscitados pela vivência dos dois ambientes (representação da minha casa e representação da casa do filme)?

2. Quais as diferenças de comportamento condicionadas pela mudança de ambiente e de situação?

3. Como meu jeito de morar interferiu com a minha atuação dentro da reprodução do cenário do filme?

4. Como eu vejo a minha forma de viver e de me comportar em comparação com a forma de viver e se comportar dos donos da casa do filme?

  

Após o debate em torno de cada questão, o coordenador encaminha uma síntese referenciado nos objetivos da sessão.

  

Recursos: Aparelho de som. Fita K7 ou CD. Vídeo. Fitas de vídeo com os segmentos de filme selecionados.


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