Artigo de Jose Clovis de Azevedo publicado no Zero Hora. Aqui, ocorre um processo de mudança com um debate virtuoso e práticas inovadoras
Com o lançamento do Pacto pelo Ensino Médio, o país dá um passo importante rumo à garantia de um ensino mais identificado com as necessidades da juventude brasileira.
Há um grande consenso sobre o estado de crise do Ensino Médio brasileiro, expresso principalmente nos altos índices de evasão e repetência. Surge desta constatação uma questão fundamental: o que leva praticamente um terço dos estudantes a ter seu sonho de vida abortado pela reprovação e abandono? Esta pergunta baliza o trabalho na Secretaria de Estado da Educação (Seduc) desde o início de 2011, quando começou a ser gestada a reestruturação curricular do Ensino Médio. Na ocasião, o diagnóstico mostrava um currículo dissociado da realidade, fragmentado, pouco atraente e distante da vida dos estudantes. Iniciamos na Seduc, então, um processo vigoroso de debate que culminou na conferência estadual do Ensino Médio, com participação de mais de 30 mil pessoas em todo o Estado. Consolidava-se ali a reforma, que começou pelos primeiros anos em 2012, chegou às turmas de 2º ano em 2013 e alcançará as salas de aula dos 3ºs anos em 2014.
Em apenas três anos, começamos a colher resultados positivos. Recém-lançados os resultados do Enem 2012, os estudantes das escolas gaúchas da rede estadual que integram as estatísticas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012 obtiveram segundo lugar na média geral entre as áreas do conhecimento no comparativo com estudantes das demais redes estaduais brasileiras. De 2011 para 2012, a rede estadual melhorou sua posição em relação às redes estaduais do país. Em 2011, o RS ocupava a terceira posição, passando para segundo lugar nas provas de 2012. Se considerados os resultados das redes estadual, federal, municipal e privada, o RS manteve a oitava colocação, mesma posição de 2011.
Três anos depois, recebemos os gestores do Ensino Médio do Ministério da Educação (MEC) para o lançamento do Pacto Nacional. Isso não é obra do acaso. O MEC veio ao Rio Grande do Sul porque aqui, há três anos, ocorre um processo de mudança com um debate virtuoso e práticas inovadoras, embora com resistências e dúvidas o processo de mudança é irreversível, com melhorias concretas para nossos estudantes e professores. Nossas ações são observadas pelo país e agora vão contribuir com a grande reforma que será implantada no Brasil inteiro.
Jose Clovis de Azevedo é professor doutor, secretário de Educação do RS
(Zero Hora) http://wp.clicrbs.com.br/opiniaozh/2013/12/10/artigo-o-pacto-nacional-do-ensino-medio/?topo=13,1,1,,,13