8 de abril de 2022

Em Torno do Conceito de Cidade Educativa

Sobre o Mudar

  • O que caracteriza a sociedade atual e o atual mercado de trabalho é a mudança e o incremento da velocidade dela.
  • Formar cidadãos para essa sociedade e profissionais para esse mercado significa torná-los aptos para acompanhar o ritmo das mudanças.
  • Formar profissionais, e ao mesmo tempo cidadãos, exige prepará-los para serem agentes e partícipes interessados nessas mudanças.
  • Isso exige capacidade de criticar a situação atual do espaço comunitário e do campo profissional, projetar e implementar mudanças.
  • Trata-se de apropriar-se do saber no movimento mesmo de sua construção, que é também uma permanente destruição e um permanente refazer (Tudo o que é sólido desmancha no ar…).

Sobre o Aprender a Mudar

  • Contextualizar o aprender é construí-lo sobre a mudança. É inseri-lo no movimento. Saber on line. A escola deixa de ser transmissora de visões do real. Participa da construção do mundo. 
  • Para aprender a mudar, é preciso pensar em preparar profissionais capazes de provocarem mudanças organizacionais e tecnológicas já no seu processo de formação.
  • Profissionais e cidadãos agentes de mudanças em direção a uma melhor qualidade de vida dentro e fora do ambiente de trabalho.
  • Aprender a produzir a mudança, produzindo-a. Inserir o atual estudante e o futuro profissional na condução de efetivos processos de mudanças como parte fundamental da sua trajetória educacional.
  • Experimentar produzir mudanças para aprender a ser agente de transformação.
  • Assim, a escola e, principalmente, o contexto em que ela se insere passam a ser vistos como campos de experimentação de mudanças.

Sobre a Ampliação do Espaço de Aprendizagem 

  • Em cursos de Educação Profissional e na perspectiva de formação do agente de mudança, a escola é um espaço insuficiente para a mudança proposta e para a conseqüente produção de conhecimento dela derivada.
  • O espaço de aprendizagem precisa abranger as atividades produtivas e sociais reais onde as funções profissionais ganhem sentido e o profissional a ser formado enfrente os desafios capazes de desenvolverem as competências necessárias à tarefa de transformação.
  • Isso transcende, em muito, a noção de estágio ou prática supervisionada. No estágio e na prática supervisionada, trata-se, no máximo, de aprender o trabalho tal como ele já está posto.
  • A nova proposta exige, no mínimo, colocar o aprendiz na perspectiva do consultor.
  • Exige, também, das empresas e outras organizações envolvidas uma disposição para a mudança.
  • Exige, ainda, das escolas e das instituições sociais e econômicas envolvidas no espaço educativo ampliado um trabalho em parceria. Uma parceria centrada na firme disposição de formar agentes empreendedores, dotados de uma visão transformadora, e uma disposição para engajarem-se, em articulação, em um simultâneo processo de mudança.
  • Tais mudanças não podem ficar restritas àquelas que produzam ganhos econômicos. Mudanças relacionadas com a melhoria da qualidade de vida devem enfeixar a formação do profissional, também assumido como cidadão.

Sobre a Cidade Educativa

  • Espalhar a perspectiva antes esboçada para várias unidades educacionais significa entrelaçar e adensar o espaço educativo.
  • Múltiplas formações exigem múltiplos campos de aprendizagem da mudança.
  • O aumento do número e a diversidade das formações podem exigir que todo um bairro ou uma cidade, com suas múltiplas funções econômicas, culturais e sociais, venha a compor o espaço educativo.
  •  A mudança quantitativa leva à mudança qualitativa. A cidade passa a ser a seara do aprender.
  • Neste caso, a cidade passa a assumir um projeto educativo associado a um projeto coletivo de mudança econômica e social. Uma mudança em direção à(s) sua(s) vocação(ões) econômica(s), na perspectiva de um cluster, por exemplo. Uma mudança econômica associada a uma mudança da qualidade de vida de sua população. Uma cidade que aprende.
  • As múltiplas organizações econômicas e sociais da cidade abrem suas portas para funcionarem como espaços educativos e recebem o influxo de perspectivas de mudanças.
  • O governo municipal articula os múltiplos interesses envolvidos no Mega-Projeto.

Sobre a Inovação Curricular

  • É fundamental, no caso das instituições de educação profissional, que seus currículos sejam revolucionados.
  • Os currículos precisam ser articulados pelos desafios, problemas e projetos de mudanças sociais e econômicas a serem produzidas na cidade.
  • Um ou vários projetos de mudança do entorno escolar devem articular os componentes curriculares de cada curso e serem alavancas do desenvolvimento das competências desse novo profissional a ser formado.
  • Instâncias intercurriculares, intercursos, interinstitucionais de articulação dos projetos precisam ser estabelecidas e mantidas, alongando o perfil das competências a serem desenvolvidas.
  • Os currículos devem ser desenhados a partir de um amplo diálogo entre educadores e demais atores sociais envolvidos no Projeto, com plena articulação com as instituições públicas, sociais, trabalhistas e empresariais da cidade.
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