O Natal já passou e creio que há muito tempo atrás já fiz uso deste poema. Se o usei, foi em época similar a esta e também para compor uma mensagem de fim de ano. Se o fiz, juntei ao poema uma pintura ou desenho de Helena, como faço agora.
Um fugaz traço de memória me diz que, então, me fixei em um verso do poema: aquele que fala do pão. Hoje, atento para os versos finais. Desejo que no próximo ano, na vida de todos, possa, enfim, “o ferro comer a ferrugem, o sim comer o não”.
Cartão de Natal
João Cabral de Melo Neto
Pois que reinaugurando essa criança
pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de vôo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:
que desta vez não perca esse caderno
sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas molas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem
o sim comer o não.
Abraços a todas e todos
Da equipe da Germinal
1 comentário
Oi, passei pra conhecer seu blog, e desejar bom dia.
bjsss
aguardo sua visita 🙂