5 de setembro de 2008

Oficina de Empreendedorismo

 

A primeira versão do Projeto Trilha Jovem derivou de uma proposta curricular desenvolvida, em 2001, pela Germinal Consultoria para o Instituto de Hospitalidade (IH), de Salvador, na Bahia. Essa primeira versão foi alterada pelo IH nas primeiras implementações. Depois, a versão original e a inicialmente implementada foram fundidas na versão atual. A Germinal também contribuiu nesse trabalho. Por fim, a partir da crítica, sistematização, reformulação e ampliação dos planos de aula utilizados nas primeiras implementações, a Germinal criou as Referências para a Ação Docente, que são manuais que apresentam sugestão, passo a passo, de desenvolvimento de todas as unidades curriculares do Projeto.

 

O texto a seguir é a referência para a ação docente no desenvolvimento de uma das Sessões de Aprendizagem da oficina de Empreendedorismo (EMP), do Eixo II, do Projeto Trilha Jovem. O excerto foi retirado das Referências para a Ação Docente, desenvolvidas pela Germinal e publicadas pelo Instituto de Hospitalidade. O texto não foi originalmente editado da forma como é apresentado aqui. Para mais informações sobre o Trilha Jovem, clique aqui

 

 

Aula 4/7

 

Empreendedorismo (emp)

 

Competências

Situação de Aprendizagem

Recursos

Tempo

 

 

Ser agente na promoção da excelência na prestação de serviços de turismo.

Buscar a excelência no exercício das atividades profissionais.

Localizar oportunidades de ações empreendedoras que possibilitem a promoção ou a prestação de serviços com excelência.

 

1. Aquecendo.

Log Book

15’

2. A atuação profissional como exemplo de excelência.

 

70’

INTERVALO

15’

3. Empreendimentos individuais e coletivos.

Casos.

75’

4. Rodando o PDCA.

Texto

60’

5. Encerramento.

 

5’ 

 

Objetivos

 

  • Discutir como o exemplo da atuação profissional competente pode funcionar para promover a excelência em serviços.
  • Apresentar exemplos de ações empreendedoras de sucesso como forma de suscitar alternativas de projetos de excelência em serviços.
  • Relacionar os sonhos expressos na Aula 2/7 com a promoção da excelência em serviços.
  • Possibilitar a vivência coletiva de busca da qualidade e da excelência, enquanto características do comportamento empreendedor.

 

 

1. Aquecendo

Recepcione os jovens, convidando-os a ocupar os lugares do semicírculo, previamente preparado com o número exato de cadeiras necessárias. Peça para o responsável pelo Log Book fazer a leitura do relato que escreveu sobre a última aula e, a seguir, escolher o novo relator e entregar-lhe o Log Book.

 

O retroprojetor já exibe um poema de Cora Coralina: Aninha e suas pedras. Peça para todos fazerem uma leitura individual silenciosa. Solicite um voluntário para fazer uma leitura em voz alta.

www.geocities.com/essasmulheres/cora.html

 

Texto de apoio: Aninha e suas pedras

 

Não te deixes destruir…

Ajuntando novas pedras

e construindo novos poemas.

Recria tua vida, sempre, sempre.

Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.

Faz de tua vida mesquinha

um poema.

E viverás no coração dos jovens

e na memória das gerações que hão de vir.

Esta fonte é para uso de todos os sedentos.

Toma a tua parte.

Vem a estas páginas

E não entraves seu uso

aos que têm sede.

 

CORALINA, C. Vinténs de cobre: meias confissões de Aninha. São Paulo: Global, 2001.    

 
 Ao final da leitura, pergunte se alguém gostaria de falar sobre as sensações ou idéias suscitadas pelo poema. Solicite que todos façam relações entre o poema e o tema empreendedorismo.

 

  2. A atuação profissional como exemplo de excelência

odia.terra.com.br
odia.terra.com.br

Organize pequenos grupos e faça a proposta de trabalho: preparar minicenas mudas, com a duração máxima de 3 minutos, em que o profissional promove a excelência em serviço através de seu próprio exemplo. Esclareça dúvidas e peça para os grupos se reunirem. Insista no controle do tempo da cena a ser apresentada.

 

 Em painel, coordene a apresentação e discussão das minicenas. Cuide para que o ambiente seja de atenção e respeito a cada apresentação. Nomeie todos os que não fazem parte da cena apresentada como observadores. Faça com que as apresentações das minicenas aconteçam sucessivamente, sem intervalo entre uma e outra.

 

Ao final, inicie a análise de cada cena, solicitando a opinião dos observadores em relação à estratégia de promoção da excelência em serviços apresentada. Por fim coloque em discussão o exercício profissional exemplar como alternativa para promover a excelência em serviços.

 

 3. Empreendimentos individuais e coletivos

 Promova, inicialmente, a exibição do segmento “A nevasca” do filme Sonhos (SONHOS. Direção de Akira Kurosawa. Manaus, Warner Home Vídeo, 2003. 1 DVD (120 min), son, color.).

[youtube=http://br.youtube.com/watch?v=teK1v5sRsyI]

[youtube=http://br.youtube.com/watch?v=5Af-DZkRyzk]

Apresente e comente com os jovens, casos de sucesso de empreendimentos individuais e coletivos. Recorde exemplos citados nas redações da Aula 1/7 (situações de aprendizagem 3 e 4), se julgá-los interessantes. Estimule discussão sobre os motivos de sucesso e de fracasso de empreendimentos coletivos. Estabeleça relações com o filme exibido e com a vivência das atividades Pouso do ovo e Escravos de Jó. Procure, ainda, estabelecer relações entre casos de empreendimentos de sucesso e os sonhos dos participantes. Estabeleça relação entre os sonhos e a promoção da excelência em serviços.

 

 4. Rodando o PDCA

tostoneage.blogspot.com
tostoneage.blogspot.com

 Em painel, distribua cópias de um excerto do poema Louvação Matinal, de Mário de Andrade. Peça para os jovens fazerem uma leitura silenciosa.

 

Texto de apoio: LOUVAÇÃO MATINAL

 

Que a vida de cada qual seja um projeto de casa!

Sêco, o projeto agride o ôlho da gente no papel,

Porém quando a casa se agarra no lombo da terra,

Ela se amiga num átimo com tudo o que enxerga em volta,

Se adoça, perde a solidão que tinha no projeto,

Se relaciona com a existência, um homem vive nela,

E ela brilha da fôrça do indivíduo e o glorifica

 

Deflorar a virgindade boba do que tem de vir!…

Eu nunca andei metido em sortes nem feitiçarias,

Não posso contar como é a sala das cartomantes,

E minhas mãos só foram lidas pelos beijos das amadas,

Porém sou daqueles que sabem o próprio futuro,

E quando a arraiada começa, não solto a rédea do dia,

Não deixo que siga pro acaso, livre das minhas vontades.

O meu passado… Não sei. Nem nunca matuto nele.

Quem vê na noite? o que enxerga na natureza assombrada?

O que passou, passou; nossa vaidade é tão constante,

Os preconceitos e as condescendências são tão fáceis

Que o passado da gente não é mais

Que um sonho bem comprido aonde um poder de sombras lentas

Mostram que a gente sonhou. Porém não sabe o que sonhou…

Não recapitular! Nunca rememorar!

Porém num rasgo matinal, em coragem perpétua

Ir continuando o que um dia a gente determinou!

 

Eu trago na vontade todo o futuro traçado!

Não turtuveio mais nem gesto meu para indeciso!

Passam por mim pampeiros de ambições e de conquistas,

Chove tortura, estrala o mal, serenateia a alegria,

Futuro está gravado em pedra e não se apaga mais!

Por isso é que o imprevisto é para mim mais imprevisto,

Guardo na sensação o medo ágil da infância,

Eu sei me rir! Eu sei me lastimar com ingenuidade!

 

ANDRADE, M. Poesias Completas. São Paulo, Livraria Martins Editora, 1974, p. 194.

 

 

 A seguir, explique o que é um jogral e lance um desafio: o grupo deverá criar um jogral do poema, de forma a produzir uma leitura com arte. Pergunte: como ficaria bonita a interpretação da poesia através de um jogral? Como produzir belos efeitos com o ritmo e a divisão da leitura, a utilização de vozes diferentes, etc.

 

PDCA - leitejr.wordpress
PDCA – leitejr.wordpress

Transfira a responsabilidade ao grupo de propor a organização do jogral. O poema pode ser dividido em partes e cada parte poderá ser lida por um, alguns ou todos os jovens, com ritmo e sincronia. Assim que o grupo chegar a uma proposta de realizar o jogral, peça para todos se levantarem para ensaiar.

 

Depois do ensaio, mudanças e ajustes podem ser propostos para melhorar o resultado. Proponha um novo ensaio. O grupo experimenta nova execução.  Depois, volta a avaliar e aperfeiçoar, assim por diante, enquanto o interesse dos participantes se mantiver. Por fim, o grupo deve fazer a sua apresentação “final” em jogral do poema completo.

 

Novamente sentados em semicírculo, peça ao grupo para comentar a atividade. Depois, fale sobre como a dinâmica do jogral, vivenciada pelos jovens, pode ser uma forma de exercitar a “rodagem” do PDCA, uma técnica para promover a excelência em serviços. A seguir, apresente o PDCA como uma das ferramentas básicas da qualidade

 

Em painel, encerre o dia com novo círculo de energia, fazendo variações em relação aos utilizados em aulas anteriores.

 

 Instrumentos e critérios de avaliação

  • Mini-cenas de exercício profissional com excelência.
  • Debate sobre o exemplo profissional como forma de promoção da excelência em serviços.
  • Discussão sobre as causas do sucesso e do fracasso de empreendimentos coletivos.
  • Exemplos de empreendimentos coletivos e comentários sobre eles.
  • Participação no jogral e na discussão sobre ele.
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