Foi divulgado nesta quinta-feira (1º) o “boletim” da educação brasileira pelo Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), baseado em dados de 2009. A primeira etapa do ensino fundamental (1ª à 4ª série) ficou com nota média de 4,6. A segunda etapa (5ª a 8ª série), ficou com 4,0; o ensino médio, por sua vez, teve média 3,6. As médias, apesar de “vermelhas”, estão acima das metas traçadas pelo governo para o ano de 2009, que eram de 4,2, 3,7 e 3,5, respectivamente. A nota é medida numa escala que vai de 0 a 10.
O ensino médio, que apresentou nota média 3,6, foi o que apresentou menor crescimento: teve apenas variação de 0,1 em relação ao último índice divulgado, em 2007. De 2005 a 2007, a nota do ensino médio teve o mesmo aumento: foi de 3,4 para 3,5.
O índice é realizado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), foi criado em 2007 e serve para direcionar as políticas para a melhoria da educação. Para isso, o Ideb agrega as taxas de aprovação, abandono escolar e o desempenho dos estudantes no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que abrange os níveis fundamental e médio, e na Prova Brasil, que avalia apenas o nível fundamental.
Até 2021, o governo espera que os níveis fundamental e médio atinjam a nota 6 — média da educação nos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), que participam do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos, em inglês), tais como Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Suécia, Finlândia, Coréia do Sul, Japão, Uruguai, Brasil, México e Rússia, dentre outros.
Composição do Ideb
Em 2009, no ensino fundamental, as notas médias do Ideb tiveram maior participação da Prova Brasil em sua composição. Em 2007, nos anos iniciais do fundamental (1ª a 4ª séries) a participação da prova foi de 59,2%; em 2009, foi de 71,1%. Nos anos finais do fundamental (5ª a 8ª série), a participação do desempenho em 2007 foi de 53,7%; já em 2009, foi de 64%.
A maior participação do desempenho na prova, segundo Joaquim José Soares Neto, presidente do Inep, significa que as notas dos estudantes estão aumentando. “Isso significa que a educação brasileira melhorou: tanto no rendimento escolar quanto no desempenho, na medição do aprendizado”, disse, em entrevista coletiva realizada nesta quinta.
Dados “excelentes”
Para Reynaldo Fernandes, professor da USP (Universidade de São Paulo) e ex-presidente do Inep, apesar de, aparentemente baixos, os resultados foram “excelentes”. Ele prevê, porém, que deve ficar mais difícil aumentar as notas nos próximos anos, pois torna-se mais difícil ter notas melhores depois que se chega a um patamar médio.
“Acho que vai começar a ficar mais difícil ver esses saltos na 4ª série nas próximas [divulgações do Ideb] e os resultados futuros na 8ª série deve ser maior por um efeito de geração”, diz Fernandes. “No caso do ensino médio, dado o histórico desses alunos, eles estão bem”, avalia. “Os alunos que estão hoje saindo foram avaliados em 2001, o pior resultado do Saeb do histórico”, diz.