21 de setembro de 2009

Melhores colégios tem até 50 candidatos por vaga

 

 

Em post anterior: Resultados do ENEM e Mudanças no Ensino Médio, constatamos que as escolas melhores situadas no ENEM não apresentavam inovações em sua concepção arquitetônica e no arranjo de suas salas de aula.


 

Por indícios recolhidos no levantamento sobre a relação entre arquitetura escolar e resultados do ENEM, levantamos a hipótese de que as melhores do ENEM também não se distinguem pela inovação metodológica. Chegamos a supor que as melhores do ENEM são escolas tradicionais e/ou fortemente orientadas para a transmissão e memorização dos conteúdos curriculares.


 

Prometemos um aprofundamento do estudo de forma a explicar as razões dos melhores resultados. No meio tempo, a Folha de São Paulo publicou uma matéria sobre os colégios de São Paulo que foram os melhores colocados no ENEM de 2008. Usou o seguinte título: Melhores colégios tem até 50 candidatos por vaga.


 

Uma das tabelas publicadas no artigo, chamou-nos a atenção. A tabela relaciona variáveis relacionadas à seleção e os preços cobrados pelos colégios que se classificaram nos primeiros 20 lugares. Reproduzimos a tabela a seguir:


 

image

 

A tabela permite uma conclusão fundamental. Os colégios são bem colocados porque selecionam os melhores alunos já no início do Ensino Médio. A seleção se faz por meio de exames de admissão e/ou através da condição sócio-econômica dos candidatos. Não são os colégios que são os melhores. São os alunos que os frequentam que o são.


 

Em post posterior, voltaremos às questões arquitetônicas e metodológicas. Será uma volta temperada pela constatação de que a metodologia pode ser irrelevante quando se dispõe  de tantas vantagens já no início da corrida. Uma retomada com o molho de uma interrogação: o que faz um colégio ser tão demandado ou poder cobrar mensalidades tão altas?

 

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2 Comentários

  1. Professor Kuller, que análise legal que fizeste! E que conclusão simples e elucidativa.

    Eu sempre achei que a escola deveria fazer uma seleção de alunos, no processo de matrícula. Afinal, entra muita gente ruim, desmotivada e, boa parte, sem a menor vontade de se tornar um bom aluno.

    Os puritanos vão dizer que se deve dar espaço para todos, que a inclusão social é importante, blábláblá. Estas escolas bem sucedidadas mostram algo que não dissocia a educação de outras áreas, como a política ou economia: a busca por resultados.

    E para ter resultados, o material humano é fundamental!

    Na escola onde leciono, particular, existe uma grande dificuldade em levar adiante conceitos básicos em disciplinas, pois sempre entram alunos sem os conhecimentos mínimos.

    Todavia, uma questão se coloca: diante do quadro de competitividade entre as escolas particulares, como resolver este problema sem perder a clientela?

    Um grande abraço

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