30 de novembro de 2011

Um quinto dos adolescentes brasileiros está fora da escola, diz Unicef

O Portal UOL publicou a seguinte notícia:

Em seu primeiro relatório sobre a situação dos adolescentes brasileiros, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância na sigla em inglês) informou nesta quarta-feira (30) que 20% dos jovens entre 15 e 17 anos de idade estão fora da escola, em uma faixa etária que abrange quase todo o ensino médio. Já entre as crianças entre 6 e 14 anos de idade vivem situação bem menos crítica, com menos de 3% sem estudar.

A íntegra da notícia pode ser acessada clicando aqui.

A constatação, que não é nova, e outros dados recentes sobre  a situação da juventude brasileira, tais como:

  • Quase metade dos desempregados tem menos de 25 anos.
  • 53,1% dos jovens de 15 a 24 anos se encontra fora das salas de aula.
  • Mais de quatro milhões não estudam, não trabalham e não procuram trabalho.
  • Muitos não estudam por puro desinteresse.
  • Apenas 40% dos jovens de baixa renda estudam. Deles, 75% em série não correspondente à faixa etária.
  • Apenas 13,6% dos jovens de 18 a 24 anos frequentam a universidade .
  • Apenas 10% dos que concluem o ensino médio aprendem o que deveriam aprender .
  • 68 milhões de jovens e adultos trabalhadores brasileiros com 15 anos e mais não concluíram o ensino fundamental
  • Desses, apenas, 6 milhões (8,8%) estão matriculados em EJA.

O dados mostram a necessidade de uma radical transformação da realidade do atual Ensino Médio brasileiro. Mudanças revolucionárias no currículo do Ensino médio fazem parte dessa necessária transformação. Um trabalho recente da UNESCO: Protótipos Curriculares de Ensino Médio e de Ensino Médio Integrado é uma resposta a essa necessidade urgente. Para acesso a um Resumo Executivo do projeto da UNESCO, clique aqui.

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2 Comentários

  1. Desculpe-me os leitores! Em comebtário (acima) informei que o salário do Professor no Brasil era o 2º pior da América Latina. Não deu tempo, a OIT e UNESCO acabam de informar: Vejam:

    QUINTA-FEIRA, 29 DE DEZEMBRO DE 2011
    Salário do professor no Brasil é o 3º pior do mundo

    É o que mostra pesquisa feita em 40 países pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) divulgada ontem, em Genebra, na Suíça. A situação dos brasileiros só não é pior do que a dos professores do Peru e da Indonésia.
    Um brasileiro em início de carreira, segundo a pesquisa, recebe em média menos de US$ 5 mil por ano para dar aulas. Isso porque o valor foi calculado incluindo os professores da rede privada de ensino, que ganham bem mais do que os professores das escolas públicas. Além disso, o valor foi estipulado antes da recente desvalorização do real diante do dólar. Hoje, esse resultado seria ainda pior, pelo menos em relação à moeda americana.

    Na Alemanha, um professor com a mesma experiência de um brasileiro, ganha, em média, US$ 30 mil por ano, mais de seis vezes a renda no Brasil. No topo da carreira e após mais de 15 anos de ensino, um professor brasileiro pode chegar a ganhar US$ 10 mil por ano. Em Portugal, o salário anual chega a US$ 50 mil, equivalente aos salários pagos aos suíços. Na Coréia, os professores primários ganham seis vezes o que ganha um brasileiro.

    Com os baixos salários oferecidos no Brasil, poucos jovens acabam seguindo a carreira. Outro problema é que professores com alto nível de educação acabam deixando a profissão em busca de melhores salários.

    O estudo mostra que, no País, apenas 21,6% dos professores primários têm diploma universitário, contra 94% no Chile. Nas Filipinas, todos os professores são obrigados a passar por uma universidade antes de dar aulas.

    A OIT e a Unesco dizem que o Brasil é um dos países com o maior número de alunos por classe, o que prejudica o ensino. Segundo o estudo, existem mais de 29 alunos por professor no Brasil, enquanto na Dinamarca, por exemplo, a relação é de um para dez.

    Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o salário médio do docente do ensino fundamental em início de carreira no Brasil é o terceiro mais baixo do mundo, no universo de 38 países desenvolvidos e em desenvolvimento. O salário anual médio de um professor na Indonésia é US$ 1.624, no Peru US$ 4.752 e no Brasil, US$ 4.818, o equivalente a R$ 11 mil. A Argentina, por sua vez, paga US$ 9.857 por ano aos professores, cerca de R$ 22 mil, exatamente o dobro. Por que há tanta diferença?

    Fonte: CNTE / JORNAL DO COMMERCIO

  2. Não são 20% de jovens de 15 a 17 anos que estão fora da escola, são 14,8%. O governo Brasileiro pediu a UNICEF para corrigir os dados. O que obviamente não diminui o problema.

    Sugiro aos leitores deste blog consultar a pesquisa original da UNICEF “O DIREITO DE SER ADOLESCENTE” http://www.unicef.org/brazil/pt/br_sabrep11.pdf

    A pesquisa aponta os motivos pelos quais os índices de jovens fora da escola são altos. Destaco o capítulo 2.

    Para se ter uma idéia, o capitulo indica bem os motivos dos índices negativos descritos no post acima. Demonstra a questão da vulnerabilidade e da desigualdade, a pobreza, a exploração do trabalho entre outros… Um dado atual: mais de um milhão de crianças de 10 a 15 anos trabalham em subemprego no Brasil (IBGE-2010)

    O cap. 1 mostra o perfil da adolescência no Brasil e o dever do adulto para com essa adolescência.
    O cap. 3 mostra o fazer valer os Direitos dos adolescentes
    O cap. 4 mostra o Direito a participação política e cidadã do adolescente.

    Em entrevista com a Ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) ela disse que o (CNE) divulgou um déficit de 245 mil professores, principalmente nas áreas de ciências, exatas e biológicas, no Brasil.

    Só para lembrar, 17 Estados da federação não cumprem o piso salarial de R$1.187,00 previsto na lei federal 11.738/08.

    O salário do professor brasileiro é o penúltimo mais baixo da América latina e está bem próximo do último, a Venezuela.

    Em Minas Gerais, que não paga o piso, o salário base do professor é de R$ 396,00 o mais baixo do Brasil e conseqüentemente da América latina.

    Pergunto: o foco do problema está é no currículo? Por que não se encara o problema real?
    Pesquisem na internet a matéria “ OS CINCO TIPOS DE DESVALORIZAÇÃO DO PROFESSOR” e saberão o verdadeiro foco do problema da educação, junto com o que aponta o capítulo 2. O resto é tentativa de desviar a questão.

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