Meu amigo Jarbas Novelino Barato, em seu Boteco Escola, em um post denominado Fins da Educação, me provocou. Fez uma crítica aos educadores que aderiram à chamada Pedagogia das Competências. Eu estou entre eles, segundo Jarbas.
A parte mais incisiva da crítica diz:
O movimento das competências volta-se para o mercado ou, quando mais ampliado, para a sociedade. Mas, não cuida de aspectos essenciais de como formar seres humanos melhores, mais felizes, mais capazes de fruirem cultura e arte. Ou seja, a pedagogia das competências tem um horizonte dominado por interesses da eficiência social. Com ela, a educação humanista, preocupada com formação cultural justificada por seus próprios méritos, fica esquecida ou secundarizada.
Sem questionar a minha discutível inclusão entre os que “embarcaram na pedagogia das competências“, nos comentários ao post, respondi:
Como fui provocado nominalmente cabe uma pronta resposta, embora incompleta.
A sua crítica tem uma fragilidade básica: a falta de uma definição do conceito de competência. Como o termo é polissêmico, cada um o usa de acordo com suas convicções.
No meu caso, por exemplo, o uso do conceito permite que eu afirme como competências os seguintes enunciados:
Apreciar uma obra de arte.
Elaborar uma crítica musical.
Definir e perseguir um projeto de vida.
Definir e observar um código de ética.
Veja que, asssim, parte da crítica esvanece. Ou, não? Bem, acho que a continuidade da discussão fica para aquele simpósio que aguardamos com ansiedade.
No entanto, faltou dizer que outra abordagem é possível mesmo na educação profissional, onde o risco de orientação para o mercado e para a eficiência social é maior. Na página Uma introdução a um projeto para a formação continuada de docentes, que acabamos de postar, essa posibilidade de abordagem alternativa é demonstrada. Clique aqui para acessar a página.
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