Em uma série de posts anteriores temos procurado explicitar as caracaterísticas de uma abordagem educacional possivelmente inovadora que denominamos de Aprendizagem Criativa. Dela já postamos as características gerais, a metodologia e algumas de suas linhas e passos metodológicos. Os links a seguir permitem o acesso aos posts anteriores, na ordem lógica da apresentação, que estamos desenvolvendo em capítulos:
2. Aprendizagem Criativa – Metodologia
3. Aprendizagem Criativa – Focalização e simbolização
4. Aprendizagem Criativa – A amplificação
5. Aprendizagem Criativa – A análise (I) – falar e ouvir
6. Aprendizagem Criativa – A análise (II) – o grupo-sujeito
Além desses textos mais teóricos, postamos dois artigos sobre aplicaçações metodológicas:
1.Dinâmica de apresentação (Grupo-sujeito)
2. Falar e ouvir
Neste post vamos continuar descrevendo as caracaterísitcas da fase de Análise na Aprendizagem Criativa.
Variações Criativas na Dinâmica de Grupos
A análise pode ser o momento menos agradável de uma abordagem que até agora foi lúdica e imaginativa. É o momento em que predomina o exercício da função pensamento (ver Jung). A escola tem usado a função pensamento quase exclusivamente. Então, a fase de análise pode parecer um retorno à escola convencional e aos métodos ativos mais tradicionais. Em geral, nas escolas que utilizam métodos mais ativos, há uma predominância da discussão em pequenos grupos e de debates em painel, entendido o painel como o momento de apresentação e discussão das conclusões dos pequenos grupos.
Já vimos que a análise pode ser criativa quando o grupo assume a coragem de criar suas próprias referências teóricas e inventar seus meios de fazer e praticar (grupo-sujeito). Mas, aqui, a criatividade do educador é também solicitada. É preciso inventar meios de fazer com que a síntese seja invadida pela atuação das outras funções conscientes (percepção, intuição e sentimento). É factível que isso aconteça a partir de dinâmicas grupais mais criativas, que superem a convencional sequência: discussão em pequenos grupos, a apresentação oral das conclusões e debate em painel.
Em um primeiro momento podemos modificar e tornar criativa a forma de apresentação das conclusões dos pequenos grupos. Ao mudar a forma de apresentação mudamos também a dinâmica do debate no interior dos pequenos grupos.
A arte pode ser, de novo, um recurso importante nessa etapa. Imagine se os pequenos grupos forem instados a apresentar as suas conclusões sobre a fase anterior (Amplificação) utilizando uma sequência de esculturas feitas com os corpos dos próprios participantes. Tal desafio mudará radicalmente a dinâmica do trabalho no interior dos pequenos grupos.
Além da fala e do pensamento, precisarão usar outras formas de representação e outras funções conscientes. Os corpos alternarão momentos de movimentação com breves “congelamentos” para se tornarem expressivos. Terão que usar a percepção e o sentimento para constatar e avaliar se a apresentação será bela e agradável para o público, em geral composto pelos integrantes dos outros grupos. A intuição será necessária para criar uma unidade na comunicação produzida pela alternância dos momentos de parada e movimentação.
O painel também é transformado. Na apresentação dos grupos, a fala é substituída por uma série de representações artísticas sobre o tema. Todas as funções conscientes são demandadas para acompanhar, compreender, analisar e avaliar as apresentações. A discussão posterior às apresentações também sofre uma transformação. Agora não estamos discutindo sobre conclusões abstratas. As conclusões de cada grupo literalmente se consubstanciaram. Ao fazê-lo, ganham vida e profundidade emocional. O debate é aceso, vivo, quente, pouco burocrático, criativo…
É claro que este é apenas um exemplo de inovação da dinâmica dos grupos na fase da Síntese. Em post posterior vamos mostrar um exemplo em que o pensamento é predominante e a dinâmica possibilita a apresentação de conclusões mais verbais e objetivas. Mas, mesmo neste novo exemplo, se mantém a preocupação de tornar a dinâmica agradável e desafiadora e, sempre, de demandar o uso simultâneo das quatro funções conscientes (pensamento, sentimento,percepção e intuição). Até lá!
2 Comentários
Preciso de infomacoes sobre dinamicas para pequenos grupos de jovens me mande para esse email por favor.
Jaime, não prestamos esse tipo de serviço.